Monday, March 28, 2016

Atleta com Paralisia Cerebral - Parte 1

O atleta com paralísia Cerebral apresenta, alguns elementos, que o entendimento são fundamentais para acompanhar de maneira adequada o atleta. Nesse sentido, o contexto biológico associado a área cerebral afetada e as respostas do corpo devem ser compreendidas para desenvolver a estratégia de intervenção.

Vale ressaltar que, classificar algo ou alguém é uma faca de dois gumes. O baixo entendimento do fenômeno, leva a pessoa a limitar a possibilidade de desenvolvimento, pois restringe os estímulos ao que entende como máximo ou ideal. Desse modo, no outro lado tem-se o entendimento de maneira global da manifestação, que permitirá identificar a deficiência, incapacidade e limitação, bem como o inverso (eficiência, capacidade e potencialidade) naquele indivíduo. No caso do PC querer propor uma prática pedagógica sem entender o por quê do corpo respoder de determinada maneira é um caminho fadado ao fracasso.

A paralisia cerebral é uma condição congênita ou ainda que ocorre no cérebro imaturo (aproximadamente até os 7 anos), causada por uma lesão de uma estrutura ou área cerebral.

Do ponto de vista biológico essa deficiência, levará o individuo por caminhos ou condições de respostas motoras variados e por vezes únicos.

Cada um desses processos impactará em diferentes respostas, que estarão associadas no padrão de movimentos.
A área do cérebro afetada e o padrão de contração muscular estão diretamente associados.
O padrão de movimentos espástico é o comprometimento mais comum dentre os atletas com paralisia cerebral.

Fonte: CPB, 2012


Na espasticidade o padrão de contração muscular poderá a longo prazo levar a um encurtamento das fibras musculares.

O efeito agudo do exercício físico (fadiga) poderá aumentar os efeitos da espasticidade, bem como o efeito a longo prazo poderá melhorar o padrão das contrações e diminuir a necessidade de medicamento antiespasmódico.


100 metros T37 masculino Doha 2015


Vale ressaltar que no esporte, muita vezes teremos associado na mesma classe o atleta com paralisia cerebral e o atleta com um acidente vascular encefálico - AVE. Esse segundo tem um processo de desenvolvimento diferenciado, pois normalmente o cerebral ocorre em uma idade mais avançada. Desse modo, impactando no diferença está no processo do desenvolvimento motor do atleta com PC será privada ou terá estágios ocorrendo em um ritmo mais limitado em relação ao AVE.


Miller, Freeman. Physical Therapy of Cerebral Palsy. Springer Science: Wilmington. 2007