Thursday, June 21, 2012

Campeonato Europeu de Para-atletismo

Começa no próximo dia 23 a 28 de junho o Campeonato Europeu de Atletismo Paralímpico, acompanhar os resultados desse evento será muito importante para acompanharmos os principais adversários dos atletas Brasileiros nos Jogos de Londres, a exceção do chineses, brasileiros e Norte-americanos estarão competindo  em Stadskanaal os melhores atletas do mundo.

Os resultados podem ser obtidos pelo seguinte link

Europeu de Atletismo

Wednesday, May 23, 2012

Perfil de Classe e Rendimento Esportivo

O sistema de classificação funcional atravessa um processo de transição, no qual a classificação será baseada em evidências científicas. No entanto, por mais que o sistema seja revisto e adequado sempre as classes serão caracterizadas por um conjunto de condições funcionais do movimento, que apesar de apresentarem condição similares de movimento, são diferentes.

Essa situação pode trazer uma grande diferença de desempenho do movimento dentro de uma mesma classe, não somente pelas características das capacidades físicas e dos aspectos genéticos, mas da funcionalidade e da limitação do movimento apresentado pelos atletas com deficiência física.

Nesse sentido, o conhecimento dos aspectos da classificação funcional é fundamental para o treinamento esportivo. Já que esse possibilitará ao treinador potencializar as capacidades físicas do atleta dentro de sua funcionalidade motora.

No entanto, o processo de detecção de talento passa por dois pontos chaves. No primeiro ponto, desse processo está a identificação correta da classe do atleta. Como continuidade desse processo, estaria a necessidade de identificar em qual nível de funcionalidade o atleta se encontra dentro de sua classe.

Supondo que as classes fossem representadas por formas geométricas e que as classes com maiores possibilidades funcionais fossem formas maiores e as com menos possibilidades funcionais formas menores. Dessa maneira teríamos uma representação parecida com a Figura 1.

Figura 1 - Relação de funcionalidade das classes esportivas


Explorando esse conceito e baseando-se somente em funcionalidade de movimento um atleta da Classe T54 que tenha um volume de ação mais próximo da borda externa, das possibilidades de movimento, teria melhores chances de ter um melhor desempenho atlético, em comparação com aquele mais próximo da borda interna, desse modo mais próximo da classe T53. O atleta da borda inferior terá um desempenho mais limitado comparado com o da classe T54, mas superior ao da T53.

O processo de seleção de talentos avaliando só pelo sistema de funcionalidade seria interessante pensando em alta performance, mas bastante excludente se for usado de maneira isolada. Já que não observaria questões como possibilidade das capacidades físicas, nível de maturação sexual e física. No entanto, o caminho para atletas com o perfil funcional próximo ao limite superior da classe favoreceria a performance do atleta.

Um exemplo bastante interessante de atleta com baixo volume de ação dentro de sua  classe funcional e o brasileiro André Luiz Oliveira, classe F44. O atleta teve uma lesão esportiva durante uma competição de  salto em distância, que além da ruptura de ligamentos e tendões teve a perda funcional dos movimentos de flexão plantar, por conta da ruptura das terminações nervosas. 

Figura 2 - Atleta André Luiz Oliveira


Na classe F44 o brasileiro compete com atletas amputados, que usam próteses de fibra de carbono. A prótese gera um retorno elástico aplicada de quase 90% da energia aplicada, diferente de sua perna que apresenta limitação de mobilidade, força e equilíbrio. Todos os atletas amputados usam a perna com prótese como a de impulsão no salto em distância, enquanto o brasileiro teve de realizar um processo de aprendizado para saltar com a perna não lesada.

Figura 3 - Atleta treinando 

No entanto, mesmo com essa condição inferior de funcionalidade o atleta brasileiro é vice-campeão mundial de atletismo nessa classe funcional.

O entendimento da funcionalidade do movimento e da relação com as capacidades físicas, passa a ser tão importante quanto conhecer a classe esportiva do atleta. Somente dessa maneira podemos entender as possibilidades atléticas de cada indivíduo, bem como as melhores metodologias de treinamento.

Saturday, May 12, 2012

Salto em Distância para as Classes F35-38 e F42-46

O Salto em distância para os atletas com deficiência física segue as mesmas regras do utilizado no atletismo convencional. 


Pelas regras do IPC a tábua de impulsão deverá estar entre 1 e 3 metros de distância do setor de queda. A marcação da distância do salto será feita tendo como referência a parte do corpo que tocar mais próximo a areia em relação a tábua de impulsão ou a prótese no caso dessa se soltar e cair em uma posição anterior a marcação do corpo do atleta no setor de queda.


O principio básico da técnica é similar ao dos atletas regulares, no entanto a condição etiológica de cada atleta impacta no seu modo de saltar.


Figura 1- Atleta da classe F42 nos Jogos Paralímpicos de Pequim

Fonte - CPB


A corrida de aproximação depende do nível de comprometimento, quanto mais severa a incapacidade causada pela deficiência, por consequência menor será a corrida de aceleração. A tabela apresenta o número de passadas que vária conforme o nível do atleta (funcionalidade e capacidades físicas).

Tabela 1 - Distância da corrida de aceleração conforme a classificação funcional e o gênero.


Fonte: Torralba, No Prelo
A passada de abordagem da tábua vai depender principalmente da funcionalidade dos membros inferiores. Como exemplo a Figura 1 mostra uma atleta com amputação acima do joelho, a atleta usa como recurso para o salto a perna com prótese que pode facilitar a impulsão ou saltar sem prótese como no caso do vídeo 1, no entanto a corrida de aceleração sem a prótese é menor. O atleta não pode usar muletas na corrida de aceleração.

No caso de um atleta que tenha uma limitação de movimento Andre Luiz Oliveira
, da classe F44 (figura 2), que apresenta perda de função muscular na perna esquerda, desse modo deverá trabalhar sua técnica para saltar com a outra direita. Sua deficiência limitará sua funcionalidade de saltar com a perna que outrora era a de impulsão.

Figura 2 - Andre Luiz Oliveira



Atletas usuários de próteses no membro inferior usam essa perna para a impulsão, tanto na classe F42 amputação acima do joelho, quanto na F44 amputação abaixo do joelho.



Treinadores de atletas com paralisia cerebral devem observar o lado com maior comprometimento pela paralisia e usar o membro oposto para o salto. Desse modo a contagem das passadas deverá respeitar o membro com melhor funcionalidade na abordagem da tábua de impulsão. A paralisia cerebral pode comprometer não apenas a fase da impulsão, mas a coordenação de maneira global. A espasticidade pode aumentar durante a competição ou devido a fadiga do treino o que pode comprometer a coordenação da técnica.



Vídeo - Atleta amputada F42 saltando sem o uso de próteses


Vídeo 2 - Final do Salto em distância classe F42 Masculino Mundial IPC 2013


Vídeo 3 - Salto em distância na classe F37 masculino Mundial IPC 2013


Wednesday, May 2, 2012

Salto em distância para atletas com deficiência visual



O salto em distância é uma prova que é realizada por diversas classes esportivas, dessa maneira é realizada por atletas com diferentes tipos de deficiência.

O treinamento para esses atletas deve abordar não somente as características técnicas da prova como a corrida, abordagem da tábua e salto, fase de aérea do salto e a queda, mas também desenvolver o treinamento da limitação causada pela deficiência.


Iremos apresentar especificamente o caso do atleta com deficiência visual (cego ou com baixa visão).

O atleta da classe 11 e 12 podem usar como recurso garantido pela regra o setor de impulsão e o auxílio de um chamador em sua orientação espacial.

Setor de salto em distância e triplo



Frente esses recursos o treinamento do atleta com deficiência visual deve ser iniciado pelo processo de orientação espacial (ações como corrida direcionadas, tocar ou deslocar-se por um ambiente com alvos pré-estabalecidos e deslocamento direcionado por estímulos auditivos são algumas das atividades que podem ser trabalhadas). 

Os atletas com baixa visão podem contar com estímulos visuais aumentados de modo a facilitar sua orientação.
A orientação espacial é o elemento básico para a performance, sem essa capacidade desenvolvida a realização do salto em distância terá pouca eficiência.

O número de passadas de aproximação deve variar conforme o nível da orientação espacial e mesmo da função visual.  Torralba (No prelo) apresenta a seguinte distribuição de passadas para as classes 11, 12 e 13 e nos diferentes gêneros.



No entanto, como já apresentamos anteriormente não basta dar 10 passos caso esses não sejam em linha reta ou na direção da tábua de salto.

O chamador pode se posicionar em qualquer ponto do corredor de salto, embora a grande maioria se posicione junto ao setor de salto.

A orientação deve ser feita pelo chamador e alguns cuidados devem ser tomados:

  • Colocar a segurança do atleta em primeiro lugar, não deixando que ele bata em qualquer obstáculo na pista já que o medo pode impedir a performance do atleta;
  • Mostrar o tamanho (comprimento e largura) da pista (o atleta pode percorrer a distância ou num estágio de desenvolvimento espacial superior a descrição verbal pode bastar)
  • Combinar previamente qual deve ser o momento do salto (número de passadas ou ao final das palmas o atleta deve dar mais uma ou duas passadas, ou deve saltar quando o sinal sonoro de um "vai" for dado);
  • O chamador não deve ficar se deslocando quando estiver dando a orientação sonora;
  • Orientar o corpo do atleta para que esse fique na direção do deslocamento;


  • Quando o atleta perde a orientação espacial o salto pode ser parado para re-orientação do atleta com deficiência visual, sem prejuízo do tempo limite para o salto.

Salto em distância T12 feminino realizado em Pequim 2008



Salto em distância T11 Feminino Rio 2016

Wednesday, April 25, 2012

Cadeira de Rodas para atletismo de Baixo Custo


O Comitê Paralímpico Internacional tem incentivado o desenvolvimento de uma cadeira de rodas de baixo custo em parceria com a empresa inglesa Motivation.
O projeto visa oferecer um produto no valor de 1000 dólares. Pensar na importação desse equipamento para atletas iniciantes ou escolinhas do esporte pode ser algo viável no Brasil, pois mesmo inseridas as tarifas de importação, que deixam o preço 50% maior, o valor final do produto seria a metade do preço do produto fabricado no Brasil.





Cadeira de Rodas de corrida Motivation testada na Tunisia © • Motivation/ David Constantine

A seguir duas matérias divulgadas no site do IPC


http://www.paralympic.org/news/ipc-supports-design-low-cost-racing-chair

http://www.paralympic.org/news/low-cost-racing-wheelchair-be-tested-tunisia

Site da empresa inglesa que está desenvolvendo o projeto

http://www.motivation.org.uk/

Wednesday, April 18, 2012

Thursday, April 5, 2012

Sunday, April 1, 2012

Livro Esporte Paralímpico

Será lançado na Reatech o Livro Esporte Paralímpico. A Feira ocorrerá entre 12 a 15 de abril na cidade de São Paulo.


O Livro Esporte Paralímpico tem como objetivo divulgar e consolidar o conhecimento sobre um dos movimentos esportivos que mais cresce no Brasil nos últimos anos. 

O livro tem seu conteúdo dividido em 3 grandes tópicos: Na primeira parte, serão tratados os aspectos históricos, filosóficos e políticos do esporte paralímpico;  no segundo tópico serão abordados os impactos da deficiência sobre o rendimento esportivo e a classificação esportiva das pessoas com deficiência; e no terceiro serão apresentadas as 20 modalidades esportivas disputadas no programa dos Jogos Paralímpico de Verão.




Wednesday, March 28, 2012

Atletas brasileiros em Treinamento de Altitude

Os atletas Tito Sena e Ozivan Bonfim, medalhistas (prata e bronze respectivamente) na maratona classe T46 no último campeonato mundial Paralímpico - 2011, estão na Espanha treinando para a Maratona de Paris. 

Esse evento será preparatório para os Jogos de Londres.

Noticia de atletas Brasileiros Paralímpicos Treinando em Altitude

Sunday, March 25, 2012

Uso do Banco nas provas de arremesso e lançamento

A construção do banco deve atender as características do atleta que irá usa-lo. O banco poderá ter a forma de uma cadeira, para aqueles atletas que não tenham a funcionalidade das pernas ou poderá servir de apoio para o coto, naqueles atletas que tenham a funcionalidade de uma das pernas. 

  Banco no formato de cadeira para atleta sem a funcionalidade da perna
MG 4311 


 O atleta pode ser fixado por faixas, cintos e cordas desde que essas não sejam elásticas. A fixação terá como finalidade aumentar a estabilidade do tronco e potencializar o movimento. A regra não permite que o atleta que não tenham os pés encostados no chão levantem a região glútea do assento do banco.

  Banco para apoio do coto
P7090147 

O atleta que apresenta funcionalidade em uma das pernas, deve usar sua cadeira de modo a que essa não gere nenhum impedimento de movimento e potencialize a soltura do implemento. O atleta pode amarrar sua perna ou coto de apoio com fitas ou criar um encaixe na cadeira para a perna. No entanto, a cadeira, não pode apresentar nenhuma estrutura móvel ou flexível, que venha a dar vantagem ao atleta. 

 As regras para soltura do implemento são as mesmas do esporte olímpico. O diferencial entre ambos, está no uso do banco de lançamento. Em uma das postagens anteriores já foi mostrada as regras básicas da construção das cadeiras. O que passa a ser um dos diferenciais do ponto de vista do uso da cadeira, está nas classes baixas (51, 52 e 53) que podem usar uma barra de apoio para as mãos, de modo a que essas ajudem na aceleração do movimento. Conforme observada na atleta da imagem a seguir Sonia Gouveia - Classe F53). 
DSC03856 

 A fixação do banco no solo deve ser feita de maneira a que o atleta tenha segurança no movimento, o atleta deve perder pouca estabilidade durante o movimento. Uma estrutura que pode ser implantada nas novas pistas brasileiras é o encaixe feito na base de concreto da pista de modo a não prejudicar os atletas ambulantes. 
Elementos simples, podem potencializar a inclusão dos atletas e não colocam ninguém em risco.
  IMG 0026 

 Prova do disco feminino nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008


Saturday, February 25, 2012

Atleta Guia

A evolução do atletismo paralímpico é cada vez mais evidente no Brasil. Os resultados dos atletas cegos e com baixa visão tem destaque nesse cenário.

A corrida junto com o atleta guia leva a necessidade de uma sincronismo com o movimento do atleta. A economia de corrida e a coordenação entre ambos leva a necessidade na escolha do guia que esse tenha uma altura similar ao do atleta com deficiência visual. Dessa maneira a corrida de ambos possibilita que eles tenham a mesma amplitude das passadas e o guia não precisa aumentar sua passada ou diminui-la caso o atleta tenha uma corrida com maior frequência de passadas e menor amplitude.

Embora um aspecto fundamental é que o atleta guia deve ter maior capacidade física que o atleta com deficiência visual. O guia deve ter capacidade de acompanhar o atleta durante toda a prova, somente em provas com distância acima de 400 metros é permitido a substituição do atleta guia durante a prova.
O método de condução mais usado é a corda guia que conecta ambos pelas mãos, braço ou em casos muito raros pela cintura. Atletas da classe T12 podem correr sem usar a corda guia. O guia não pode propelir, empurrar ou puxar o atleta. Tão pouco pode ficar a mais de 50 cm do atleta durante todas as fases da corrida.

O aspecto técnico mais importante para a corrida é que sempre o guia deve cruzar a linha de chegada atrás do atleta guia. Caso chegue a frente ou na mesma linha a dupla será desqualificada.


Chegada de prova de 100 metros classe T11 M 100 T11
Os guias de colete laranja sempre estão atrás da linha do peito ou ombro dos atletas cegos.

Final dos 200 metros T11 feminino do Campeonato Mundial 2011




No vídeo dá para observar a alocação da dupla em duas raias, o método de corrida e a chegada.


Monday, February 13, 2012

Luvas para atletas cadeirantes nas provas de corrida




As provas de corrida de cadeira de rodas usam técnicas de manejo da cadeira totalmente diferenciadas das outras modalidades. O contato da mão no aro propulsor ocorre com a parte posterior dos dedos (costa da mão). Para isso o atleta deverá usar uma luva, não somente para proteção, mas para aumentar a eficiência do movimento. Alguns atletas usam cola para fixar melhor a luva no aro propulsor, material semelhante ao usado para jogar handebol. Essa poderá ser de borracha macia, plástico duro ou de fita adesiva. A primeira é vendida comercialmente, a segunda e a terceira podem ser confeccionadas pelo atleta ou treinador. Cada atleta pode necessitar de uma luva específica conforme sua característica de contato no aro propulsor ou das características ambientais (chuva ou tempo seco).
 A seguir dois links, no primeiro como confeccionar luvas de plástico duro, enquanto no segundo uma aula sobre atletismo em cadeira de rodas (está em inglês, mas vale assistir mesmo que o domínio da lingua seja pequeno)

Construção da Luva

 Aula sobre cadeira de rodas
  http://www.wcracing.net/misc/index.html

A seguir algumas fotos do curso do Treinador Peter Eriksson com imagens de luvas e pontos de contato da luva no aro propulsor

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