O atleta com deficiência visual apresenta duas caracteristicas funcionais a privação total ou parcial da visão.
Essa condição limita o processo de desenvolvimento do atleta, não apenas numa perspectiva transversal na entrada de informação, mas ao longo da vida.
A orientação espacial é uma construção que depende de variáveis como experiência motora, resíduo visual, função auditiva, sistema vestibular ou cinestésico.
O vídeo a seguir, mostra a construção da orientação espacial por um rapaz cego, que não tem nenhum resíduo visual e que estabeleceu recursos para interagir com o meio e as pessoas de maneira a obter informações mais relevantes. A limitação visual diminui a velocidade de respostas do meio, quanto menor a informação visual, menor tende a ser a resposta frente ao estímulo. No entanto, estratégias podem ser adotadas para mapear o meio e criar “caminhos" para a orientação espacial, no caso do rapaz a audição foi usada como um “sonar”.
O material utilizado na Conferência de Para-atletismo do IPC com o título “Criando o Ambiente Certo para o treinamento dos atletas com deficiência visual” visou entender elementos fundamentais no desenvolvimento da pessoa com deficiência visual.
Nesse, setido a orientação espacial é o primeiro passo para esse processo, no entanto essa e é tratado de maneira superficial na apresentação em virtude do universo a ser explorado.
O aspecto mais relevante é fundamental, na abordagem é o entendimento da condição da deficiência, pois essa permite estabelecer qual são as possibilidades e limitações inerentes àquela pessoa. Desse modo entender o processo biológico é fundamental para estabelecer a rotina pedagógica.
Nas provas de corrida a principal abordagem é a relação entre guia e o atleta com deficiênvia visual.
A orientação espacial de atletas cegos nas provas de lançamento e arremesso deve ter o auxílio de um guia. No entanto, esse não pode criar um ambiente onde o atleta não se desenvolva. Tal situação estaria condicionada ao Guia privar o atleta da exploração do meio e de sua autonomia, como por exemplo, durante a orientação espacial, pré e pós evento.
Quando vemos a atleta Assunta Legnante, da Itália, realizando seu lançamento podemos entender essa possibilidade. Embora, não podemos ignorar que a atleta perdeu a visão depois de uma longa jornada olímpica, na qual disputou diversas competições em nível mundial.
Já tratamos o Salto em distância para atletas com deficiência visual no Blog, no entanto vale resgatar alguns conceitos. A questão do treino de velocidade é algo extremamente relevante, pois a distância do salto está associada com a velocidade de deslocamento, para isso não basta apenas as corridas orientados pelo som das palmas, o atleta necessita treinar com o apoio de um atleta guia em parte de seu treinamento. Enquanto que número de passadas ou a distância que o atleta deverá percorrer será dependente e associado com a capacidade de aceleração e resistência da velocidade, no entanto uma limitada orientação espacial, impactará na capacidade de deslocar-se velozmente dentro da pista em virtude da sensação de insegurança ou pela incapacidade de correr em linha reta.