Wednesday, May 23, 2012
Perfil de Classe e Rendimento Esportivo
Saturday, May 12, 2012
Salto em Distância para as Classes F35-38 e F42-46
O Salto em distância para os atletas com deficiência física segue as mesmas regras do utilizado no atletismo convencional.
Pelas regras do IPC a tábua de impulsão deverá estar entre 1 e 3 metros de distância do setor de queda. A marcação da distância do salto será feita tendo como referência a parte do corpo que tocar mais próximo a areia em relação a tábua de impulsão ou a prótese no caso dessa se soltar e cair em uma posição anterior a marcação do corpo do atleta no setor de queda.
O principio básico da técnica é similar ao dos atletas regulares, no entanto a condição etiológica de cada atleta impacta no seu modo de saltar.
Figura 1- Atleta da classe F42 nos Jogos Paralímpicos de Pequim
Fonte - CPB
A corrida de aproximação depende do nível de comprometimento, quanto mais severa a incapacidade causada pela deficiência, por consequência menor será a corrida de aceleração. A tabela apresenta o número de passadas que vária conforme o nível do atleta (funcionalidade e capacidades físicas).
Tabela 1 - Distância da corrida de aceleração conforme a classificação funcional e o gênero.
Fonte: Torralba, No Prelo
A passada de abordagem da tábua vai depender principalmente da funcionalidade dos membros inferiores. Como exemplo a Figura 1 mostra uma atleta com amputação acima do joelho, a atleta usa como recurso para o salto a perna com prótese que pode facilitar a impulsão ou saltar sem prótese como no caso do vídeo 1, no entanto a corrida de aceleração sem a prótese é menor. O atleta não pode usar muletas na corrida de aceleração.
No caso de um atleta que tenha uma limitação de movimento Andre Luiz Oliveira
, da classe F44 (figura 2), que apresenta perda de função muscular na perna esquerda, desse modo deverá trabalhar sua técnica para saltar com a outra direita. Sua deficiência limitará sua funcionalidade de saltar com a perna que outrora era a de impulsão.
Figura 2 - Andre Luiz Oliveira
Atletas usuários de próteses no membro inferior usam essa perna para a impulsão, tanto na classe F42 amputação acima do joelho, quanto na F44 amputação abaixo do joelho.
Treinadores de atletas com paralisia cerebral devem observar o lado com maior comprometimento pela paralisia e usar o membro oposto para o salto. Desse modo a contagem das passadas deverá respeitar o membro com melhor funcionalidade na abordagem da tábua de impulsão. A paralisia cerebral pode comprometer não apenas a fase da impulsão, mas a coordenação de maneira global. A espasticidade pode aumentar durante a competição ou devido a fadiga do treino o que pode comprometer a coordenação da técnica.
Vídeo - Atleta amputada F42 saltando sem o uso de próteses
Vídeo 2 - Final do Salto em distância classe F42 Masculino Mundial IPC 2013
Vídeo 3 - Salto em distância na classe F37 masculino Mundial IPC 2013
Wednesday, May 2, 2012
Salto em distância para atletas com deficiência visual
O salto em distância é uma prova que é realizada por diversas classes esportivas, dessa maneira é realizada por atletas com diferentes tipos de deficiência.
O treinamento para esses atletas deve abordar não somente as características técnicas da prova como a corrida, abordagem da tábua e salto, fase de aérea do salto e a queda, mas também desenvolver o treinamento da limitação causada pela deficiência.
Iremos apresentar especificamente o caso do atleta com deficiência visual (cego ou com baixa visão).
O atleta da classe 11 e 12 podem usar como recurso garantido pela regra o setor de impulsão e o auxílio de um chamador em sua orientação espacial.
Setor de salto em distância e triplo
Frente esses recursos o treinamento do atleta com deficiência visual deve ser iniciado pelo processo de orientação espacial (ações como corrida direcionadas, tocar ou deslocar-se por um ambiente com alvos pré-estabalecidos e deslocamento direcionado por estímulos auditivos são algumas das atividades que podem ser trabalhadas).
Os atletas com baixa visão podem contar com estímulos visuais aumentados de modo a facilitar sua orientação.
A orientação espacial é o elemento básico para a performance, sem essa capacidade desenvolvida a realização do salto em distância terá pouca eficiência.
O número de passadas de aproximação deve variar conforme o nível da orientação espacial e mesmo da função visual. Torralba (No prelo) apresenta a seguinte distribuição de passadas para as classes 11, 12 e 13 e nos diferentes gêneros.
No entanto, como já apresentamos anteriormente não basta dar 10 passos caso esses não sejam em linha reta ou na direção da tábua de salto.
O chamador pode se posicionar em qualquer ponto do corredor de salto, embora a grande maioria se posicione junto ao setor de salto.
A orientação deve ser feita pelo chamador e alguns cuidados devem ser tomados:
- Colocar a segurança do atleta em primeiro lugar, não deixando que ele bata em qualquer obstáculo na pista já que o medo pode impedir a performance do atleta;
- Mostrar o tamanho (comprimento e largura) da pista (o atleta pode percorrer a distância ou num estágio de desenvolvimento espacial superior a descrição verbal pode bastar)
- Combinar previamente qual deve ser o momento do salto (número de passadas ou ao final das palmas o atleta deve dar mais uma ou duas passadas, ou deve saltar quando o sinal sonoro de um "vai" for dado);
- O chamador não deve ficar se deslocando quando estiver dando a orientação sonora;
- Orientar o corpo do atleta para que esse fique na direção do deslocamento;
- Quando o atleta perde a orientação espacial o salto pode ser parado para re-orientação do atleta com deficiência visual, sem prejuízo do tempo limite para o salto.
Salto em distância T12 feminino realizado em Pequim 2008
Salto em distância T11 Feminino Rio 2016